(2010 - 2) Dentre as análises tradicionais a respeito da crise da economia cafeeira e do crescimento industrial do Brasil, destaca-se a de Celso Furtado. Segundo esse autor:
havia uma tendência de longo prazo de queda nos preços do café, impulsionada pela disponibilidade de mão-de-obra e terras sub-ocupadas, e também pela maior rentabilidade relativa do produto, que atraía os capitais formados no país.
a defesa da cafeicultura através da política de valorização do produto, como no Convênio de Taubaté, era um mecanismo que postergava a solução do problema crônico de superprodução.
o mercado cafeeiro era caracterizado por um desequilíbrio estrutural entre oferta e demanda; esta última não crescia proporcionalmente à elevação da renda disponível para consumo nos países importadores.
a Grande Depressão, iniciada em 1929, foi variável fundamental para explicar a opção do novo governo, ao assumir em 1930, de implementar um projeto deliberado com o propósito de industrializar o país.
o governo brasileiro, na década de 1930, implementou uma política anticíclica, viabilizada principalmente pela adoção de novos impostos, inclusive sobre o setor cafeeiro, e que se mostrou como verdadeiro programa de sustentação da demanda agregada.
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