Foi o senso de defesa e preservação, principalmente em função de aspectos naturais, como o clima e o meio-ambiente, que motivaram a evolução de um sistema de solidariedade orgânica para um outro, de solidariedade mecânica, onde os indivíduos se diferenciavam pouco e mantinham sentimentos, crenças e valores semelhantes.

A evolução social com ênfase na solidariedade é responsável, também, pelo estabelecimento da divisão social do trabalho, entendida como o desenvolvimento técnico que levou à sequenciação do sistema de produção e a alienação do trabalhador do resultado de sua produção.

O positivismo “durkheiminiano” se expressa fortemente na ideia de que, tal qual em qualquer outra ciência, a Sociologia necessita possuir um objeto específico e observável. Para ele, o “fato social” exerce esta função na medida em que é a expressão da “alma coletiva”, isto é, de fenômenos sociais que exercem uma “coerção” sobre o indivíduo, tais como a moda, as crenças, a educação e o direito e que, por serem exteriores a ele, se oferecem a observação, medição e descrição.

Para Durkheim a realidade pode ser vista como uma representação intelectual. Sua materialidade não se torna necessária, visto que as possíveis abstrações analíticas respondem ao requisito científico de especificidade e observância. A partir de qualquer “fato social” observado é possível estabelecer regras gerais e leis universais aplicáveis a todas as sociedades.