Pouco antes do golpe militar de 1964, Gullar rompeu com a poesia concreta e, retomando o verso discursivo, passou a abordar temas de interesse social, como a Guerra Fria, a corrida atômica, o neocapitalismo, o Terceiro Mundo. São desse período as obras João Boa-Morte, Cabra marcado para morrer e Quem matou Aparecida, todas de 1962.

Além da poesia sensual, Gullar interessou-se também pela poesia social. Utilizando uma linguagem simples e direta, o poeta manifestou sua solidariedade às classes oprimidas em poemas como “O operário em construção”.

Produziu uma literatura ideológica nos anos 30 e 40, vertente que abandonou na última fase de sua produção literária, abrindo espaço para o romance de costumes provincianos, entre eles Gabriela, Cravo e Canela e Dona Flor e Seus Dois Maridos.

A preocupação político-social foi um dos motes para a sua obra: denunciou a miséria e a opressão do trabalhador rural e das classes populares, muito embora os marginalizados, os excluídos da sociedade, tenham sido retratados de maneira estereotipada e folclórica.