O desenvolvimento de uma caracterização essencial do humano deve ser entendido a partir de uma base inorgânica, em um movimento em que o velho se transforma no novo, num ato complexo em que as dificuldades de enfrentamento do ambiente natural levam necessariamente à cooperação e à vida coletiva.

Para dominar a natureza, o ser humano desenvolve ferramentas e métodos de uso. Ontologicamente, sua essência combina com a de uma abelha que constrói sua colmeia, como um arquiteto constrói uma casa, assim como um tecelão tece como a ação de uma aranha. A essência animal permanece e se liga ao natural, por produzir trabalho para adaptar o natural a sua existência.

A construção histórica do processo educativo diferencia os humanos dos animais. Os fundamentos da relação entre trabalho e educação devem ser examinados primeiramente pelos aspectos ontológicos e depois pelos aspectos históricos. O que diferencia ontologicamente o ser humano dos animais é a possibilidade de transformar a natureza para si. Os animais, para isso, atuam coletivamente e por instinto, enquanto que o ser humano pode dominar a natureza como indivíduo ou coletivamente, pela aprendizagem e hábito.

Na interação com a natureza, o ser humano projeta idealmente a ação, que resulta no trabalho, numa ação consciente que envolve ferramentas, procedimentos e, consequentemente, a linguagem nesta interação, ou seja, a ação que antes era natural passa a ser social.