O personagem Luís da Silva, narrador em primeira pessoa, fala de forma subjetiva sobre como enxerga o mundo e a si mesmo. Um trecho do romance que mostra a animalização do personagem a se autodescrever é:
“O cochicho risonho afastava-se, chegava-me aos ouvidos como o chiar de um rato. Chiar de rato exatamente. Chiar de rato ou carne assada na grelha.”
“Lá estavam novamente os quadris expostos. Para que aqueles panos? Gritei interiormente. Não era melhor que se descobrisse tudo? Coxas descobertas, rabo descoberto.”
“Eu era um gato ordinário. Podia saltar em cima dela e abocanhá-la: ao pé das estacas podres que Vitória remove todos os meses, desafiava-me com os olhos e com os dentes miúdos.”
“O couro cru da cama do velho Trajano virava mingau, tanta goteira havia; a rede suja de Camilo fedia a bode; os bichos da fazenda vinham abrigar-se no copiar; o chão de terra batida ficava todo coberto de excremento.”
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