O nicho da identidade chegou e ampliou lugares, territórios mas que não englobam, ainda, outras comidas de rua, com outras situações de fast-food tradicional ou fruto da globalização. O Brasil ainda não assume uma longa tradição de valorizar a comida e de ter a comida como um valor agregado ao desenvolvimento social e econômico.

O foco da salvaguarda no instrumento legal por parte do Estado em relação aos alimentos, com o Registro do Patrimônio Cultural Imaterial, é sem dúvida a mais importante missão, mas sem implicações em aspectos ideológicos, do direito cultural, da autoestima, da cidadania, da democracia, entre muitos outros valores estimados em contextos globalizados.

A chamada segunda globalização, agora também virtual, tem como um dos seus principais efeitos a homogeneização cultural, que se manifesta na padronização dos hábitos alimentares, na difusão de fast-foods, na uniformização dos gostos e na perda das especificidades regionais.

A patrimonialização da comida é um processo recente e ainda pouco difundido no Brasil, sendo que a maioria das comidas típicas ainda não foi reconhecida como patrimônio cultural imaterial.

A patrimonialização da comida é um processo que visa apenas a valorização do patrimônio material, como utensílios e equipamentos utilizados na produção de alimentos.