Na Antiguidade Clássica, no Mar Mediterrâneo, foi desenvolvido um modelo econômico de crescimento denominado chamado modelo imperial, repousando sempre sobre a escravização ou a exploração dos vencidos. Tal modelo requeria, portanto, um elemento essencial à sua execução, as forças armadas, sem as quais não haveria, evidentemente, qualquer conquista, porque todas eram realizadas pelo fio da espada. Então, ao se falar em modelo imperial, subentende-se o exercício pleno do poder militar.

Na Antiguidade Clássica como também na Idade Moderna, o Mar Mediterrâneo foi espaço de conflitos navais que refletiam o embate entre civilização e barbárie, entre cristãos e mulçumanos. As potências da Europa e da Ásia Menor possuíam um único objetivo: o controle hegemônico das suas rotas marítimas a fim de garantir a comunicação entre a Ásia e a Europa.

Embora tenham o distanciamento de milhares de anos, a Batalha de Salamina e a Batalha de Lepanto possuem a mesma importância política. A vitória da Esquadra de Temístocles garantiu o fim das iniciativas de Xerxes contra a Europa como também o aniquilamento da marinha do Sultão Otomano pela Liga Santa garantiu uma hegemonia europeia até o final da Primeira Guerra Mundial.

A história naval europeia é também caracterizada pela disputa entre as potências pela hegemonia no mar Mediterrâneo. As Guerras Púnicas transformaram Roma em potência marítima para assegurar o controle da região e neutralizar as influências africanas. Na Idade Moderna, Espanha, Holanda e Inglaterra disputaram a hegemonia sobre a região no episódio da Invencível Armada e Guerras Anglo-Holandesas.

As características de mar restrito do Mar Mediterrâneo justificaram a navegação costeira durante a Antiguidade Clássica assim como reduziu as operações navais na região. A Batalha de Salamina e a Batalha de Mylae foram as maiores batalhas navais ocorridas durante a Antiguidade Clássica tendo em vista que colocaram em confronto a civilização mediterrânea contra a civilização islâmica.