No tangente a unidade sobre o Multiculturalismo o texto diz: Face à resistência dos conservadores para a mudança e face à falta de propostas realistas dos críticos radicais, as propostas liberais de Hwang, Banks, Lynch e outros, para ultrapassar o etnocentrismo e os constrangimentos relativistas na construção de uma sociedade multicultural, deixam abertas possibilidades reais de mudança. No entanto, a realização das mudanças no sentido de níveis cada vez mais elevados de igualdade de oportunidades deverá ter em conta e resolver as seguintes limitações inerentes ao próprio liberalismo:
I- As diferenças de poder das diferentes culturas em sociedades etnicamente heterogéneas que fazem prevalecer a racionalidade da cultura da maioria em relação às racionalidades das outras culturas. O conhecimento e a racionalidade que lhe está implícita são inseparáveis do poder; e, como diz Foucault, a presença do poder nega toda a neutralidade.
II- As estratégias subjacentes a cada modelo político liberal de educação multicultural - assimilacionismo, integracionismo, pluralismo - para manter as mudanças das políticas e as práticas em relação às minorias, sob controle.
III- Os efeitos, mais ou menos sutis, das atitudes racistas - expressas e ocultas - de indivíduos pertencentes à maioria.
IV- Acima de tudo, e decorrente do que se disse, o facto de os objectivos preconizados para uma educação liberal só serem realizáveis num contexto em que todas os agentes implicados - as instâncias políticas, a escola como organização e os professores - estejam verdadeiramente interessados e preparados.
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