Não se pode negligenciar as estratégias de usos e abusos que são feitas com as memórias e as lembranças, tanto da parte do testemunhador como do ouvinte interessado. Também não se pode negar que elas se forjam nas zonas de sombras entre as memórias confessáveis/inconfessáveis e que estas se encontram latentes no conjunto que compõe as lembranças dos indivíduos.

Sobre os silêncios e não-ditos em se tratando de memórias e lembranças, analise as sentenças que seguem:

• I - Podem ocorrer rompimentos inconscientes de caráter definitivo, com tendência a continuar acontecendo e comprometendo cada vez mais o conjunto das lembranças e memórias.
• II - Tanto a sociedade como o Estado tendem a organizar e impor de forma majoritária a memória coletiva.
• III - A opção por não testemunhar pode se dar diante do fato de que as lembranças e as memórias podem causar desconfortos, como, por exemplo, desmentir fatos e desfazer equívocos históricos.
• IV - O próprio testemunhador pode impor-se uma espécie de silenciamento, que funciona como estratégia de sobrevivência por um determinado tempo e durante certo contexto político.