O lugar preferido do porquinho-da-índia não era compartilhado pelo eu lírico, o que causou um sentimento de frustração no menino: “Que dor de coração me dava”.

Ao declarar, no último verso, “- O meu porquinho-da-índia foi a minha primeira namorada”, o eu lírico associou o momento vivenciado na infância às experiências amorosas na fase da vida adulta.

O eu lírico responsabilizou o outro pelo fracasso do sentimento não correspondido. A experiência afetiva não realizada despertou no eu lírico a necessidade de rebelar-se contra os impedimentos que surgem na vida.

A expectativa frustrada pelo afeto não correspondido conduziu o eu lírico à consciência de que os seres têm suas próprias preferências, que podem ser diferentes das dele.

Como toda criança, o eu lírico desejava deleitar-se com o presente recebido, porém a frustração causada pelo sentimento não correspondido não significou o desaparecimento do desejo.