O fundador do positivismo considerava essencial a instituição de uma monarquia absolutista mais centralizada para renovar a sua função de mediadora de conflitos sociais entre a nobreza e a burguesia, evitando novas revoluções.

Augusto Comte era um fundamentalista católico e, através do positivismo, defendia que o papa e os cardeais católicos deveriam recuperar os seus antigos papéis de protagonistas na arena política europeia, evitando assim novas revoluções e mantendo a ordem social.

Enquanto Saint-Simon considerava importante a atuação das “classes industriais” para a transformação revolucionária da sociedade e, assim, possibilitar a criação de mecanismos que incentivassem o progresso da sociedade, Comte defendia a necessidade da manutenção da ordem através da coesão da sociedade em torno de um interesse comum que beneficiaria a todos: o progresso industrial, que acabaria com todas as mazelas da sociedade.

Comte defendia o Antigo Regime a conservação do poder e de privilégios por parte da nobreza de do alto clero católico, sugerindo a instituição de leis que impedissem o avanço do capitalismo industrial e, consequentemente, a ascensão política e econômica da burguesia.

O positivismo comteano foi responsável pela revisão da teoria dos três poderes de Montesquieu, sugerindo a instituição de um quarto poder, o Moderador, que seria exercido pelo rei, responsável por garantir a ordem social, necessária para incentivar o progresso tecnológico e industrial.