Segundo a historiadora Isabel Guillen ao se caminhar “...pelas ruas do Recife lembramos que a cidade foi palco de mais de trezentos anos de escravidão de populações africanas e seus descendentes... [Mas], parece que a história da escravidão e da cultura negra, herança da diáspora, permanece invisibilizada na cidade. Qualquer pessoa que transita pela cidade, seja um jovem estudante ou turista, encontrará parcas referências à história da escravidão e da cultura negra na região metropolitana do Recife: o busto de Zumbi na praça do Carmo, a estátua de Solano Lopes no Pátio de São Pedro; Dona Santa na praça defronte à rua Vidal de Negreiros, a Igreja de Nossa Senhora do Rosários dos Homens Pretos, alguns baobás plantados em praças na cidade... E pouco nada mais do que isso.”
As práticas religiosas que foram elaboradas e (re)elaboradas pelos africanos escravizados e libertos e pelos seus descendentes ficaram conhecidas pela designação de religiões afro-brasileiras. Em Pernambuco, de uma maneira geral, essas práticas receberam o nome de xangô.
O maracatu, segundo os historiadores, surgiu na capitania de Pernambuco, ainda no século XVI, como uma forma de dança ritual na qual os homens definiam suas futuras esposas.
Ao contrário de outras manifestações culturais, o maracatu, graças à atuação da liga carnavalesca e de alguns folcloristas, pôde conservar sua forma de expressão. Assim, os atuais grupos de maracatus são praticamente idênticos aos que existiram ao longo do século XIX.
A capoeira, apesar de ter surgido na África, teve, no Brasil, uma grande disseminação entre os escravos, que a praticavam como forma de luta. Após seus primeiros registros terem sido feitos na Bahia, chegou ao estado de Pernambuco possivelmente em finais do século XIX.
As religiões africanas, introduzidas pelos escravos em Pernambuco, tiveram relativa liberdade, o que justifica, em certa medida, a sua existência até os dias de hoje.
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