O filho eterno corresponde a uma narrativa autobiográfica, escrita em 1ª pessoa, centrada na história de um menino que, por ter demorado a nascer, é diagnosticado como portador de paralisia cerebral.

O romance explora o mundo do sujeito narrador e discute o fazer literário exemplificado na referência aos textos A cidade inventada, O terrorista lírico, Ensaio da paixão e Trapo.

Subjacente à história central, é possível perceber uma face política e social, vinculada aos episódios de juventude do narrador e reveladora de um Brasil característico dos anos 1970.

Duas presenças, eminentemente masculinas, sobressaem no romance – a do pai e a do filho – mas, enquanto textualidade narrativa, é apenas a voz do pai que se enuncia.

Considerando o gênero autobiográfico, O filho eterno é um romance bastante inovador, uma vez que subverte o ponto de vista / foco narrativo em relação ao uso da primeira pessoa.