A concepção da loucura como um estado ou processo unitário, mais ou menos duradouro ou complexo, envolvendo disfunções orgânicas e aspectos do desenvolvimento subjetivo, é relativamente recente na história do conhecimento e ganhou força com o advento da psiquiatria e da psicologia.

Uma teoria unificada da loucura pode ser encontrada nas obras da antiguidade clássica e, também, na Idade Média, onde vários modelos compunham um saber único sobre as perturbações mentais.

Na poesia épica de Homero ou nos textos da tragédia grega, a loucura é apresentada, comentada e até explicada por diversos personagens, demonstrando o interesse dos autores dos textos trágicos na formulação científica do conceito de loucura.

Na concepção científica, a partir de Hipócrates (460 ext{ a.C.} - 380 ext{ a.C.} ) a loucura é associada à possessão diabólica, reeditando o modelo mítico-religioso encontrado na obra de Homero.(476-1453 ext{ d.C.})

Da perspectiva médica, por exemplo, uma atual definição organicista da loucura revela quase nenhum parentesco claro com alguns aspectos das definições antigas, se comparada a estas quanto à etiologia.