O marco histórico inicial do processo de expansão das ferrovias brasileiras no século XIX pode ser identificado em 1854, com a inauguração, por iniciativa do Barão de Mauá, da Estrada de Ferro Petrópolis.

A expansão da rede ferroviária brasileira, de meados do século XIX ao início do século XX, foi motivada, entre outros fatores, pela conjuntura favorável à introdução de capitais externos e pelo crescimento da produção de café que, inicialmente, florescia no Vale do Paraíba. Disso resultou, por exemplo, a Estrada de Ferro D. Pedro II, inaugurada em 1858, e a Estrada de Ferro São Paulo Railway, ligando o porto de Santos a Jundiaí, no interior de São Paulo.

Tendo em mira aspectos como o povoamento do interior do país, a abertura de frentes pioneiras, a captura para a economia paulista de regiões pertencentes a outros estados e o crescimento da migração interna, a “febre ferroviária”, de meados do século XIX e início do século XX, também se apoderou das regiões Norte e Centro-Oeste do Brasil, através da construção da Ferrovia Madeira-Mamoré e da Estrada de Ferro Noroeste do Brasil.

A atual deficiência brasileira em ferrovias resultou, exclusivamente, da imprevidência administrativa do governo de Washington Luiz (1926-1930) que, através do lema “governar é abrir estradas”, priorizou o transporte rodoviário.

A recuperação da malha ferroviária brasileira, descrita no texto, aponta para uma possível reversão do quadro de desarticulação dessa rede, verificada, sobretudo, a partir da década de 1960, quando se deu ênfase à atração da indústria automobilística e à abertura do país por meio de rodovias.