Para Gramsci, o controle sobre as instituições educacionais é um dos mecanismos mais importantes para uma classe manter ou conquistar a hegemonia. A escola se encarregaria de divulgar e consolidar na sociedade a visão de mundo (ideologia) de uma determinada classe, fazendo com que seus interesses aparentassem ser os de toda a sociedade.

Gramsci criou a noção de aparelhos ideológicos de Estado (AIE). Com essa noção pretendia designar todas as organizações que elaboram e divulgam a ideologia dos grupos dominantes e por isso contribuem para reproduzir a situação de exploração e de dominação.

Segundo Althusser durante muitos séculos o aparelho ideológico de Estado que ocupou a posição dominante foi a escola, mas, a partir do século XIX, com a secularização e sua separação do Estado, essa posição passou a ser ocupada pela Igreja.

A instituição escolar atinge todas as crianças, por um largo período de tempo. Durante esse tempo a escola não veicula a ideologia que convém ao papel que cada grupo (classe) irá desempenhar na sociedade de classes; o papel de explorado (neles a educação desenvolve a consciência profissional, o civismo, a despolitização e o nacionalismo); o papel de agentes da exploração (aprender a mandar, a falar com os trabalhadores e adquirir conhecimentos sobre as relações humanas).

A escola não é capaz de agir e reagir aos incentivos e estímulos externos, dando respostas e contribuição a eles, nem chegando a transformá-los.