Sobre as relações entre competências socioemocionais e as culturas digitais, podemos afirmar que:

I. Fazem parte de uma visão educacional que considera o ser humano como um ser integral, como um todo não segmentado em mente e corpo, por exemplo, mais hábil nas áreas das ciências exatas que nas áreas das ciências humanas, o que exige considerar as dimensões social e emocional.

II. Devem ser articuladas de modo integrador e segundo a perspectiva didático-metodológica da horizontalidade e da hierarquização dos conhecimentos centrais do currículo, privilegiando a cognição e o desenvolvimento do pensamento lógico, uma das áreas de menores índices de aprendizagem dos estudantes brasileiros, conforme índices internacionais, tais como o PISA.

III. O uso de recursos tecnológicos no contexto escolar necessita ser cada vez mais cotidiano, requer a abordagem das inteligências intra e interpessoais de modo correlacionado aos fatores que reúnem as dimensões de outras inteligências, tais como a lógico-matemática, por exemplo.

IV. A BNCC estabelece que o papel das tecnologias pode não ser fundamental para a formação de um cidadão, tendo em vista que esse tipo de formação exige saber fazer uso qualificado das ferramentas que envolvem as culturas digitais, o que é um direito optativo, conforme a parte diversificada dos currículos, tais como pensamento computacional, valores éticos, responsabilidade e compromisso sociais, o que produzirá impactos para si e para os coletivos dos quais faz parte.

V. As habilidades necessárias ao uso crítico e consciente da tecnologia e geração das culturas digitais fazem parte dos processos educativos, contudo, as relações dessas habilidades com as competências socioemocionais devem reproduzir a lógica meritocrática, em que os estudantes mais hábeis possam aprofundar seus conhecimentos em disciplinas específicas ligadas à cibercultura.