Para assinalar corretamente esta alternativa, o aluno deve identificar o contexto no qual os “Jogos Olímpicos da Era Moderna” são criados. Tal contexto relaciona-se com a consolidação dos Estados-Nação na Europa, não apenas enquanto entidades políticas, mas também como eixo de novas identidades. No texto, a referência recorrente a “pátria”, “nações” e “país” dá pistas desse sentimento nacionalista, fortemente associado ao esporte (o atleta vitorioso contemplando sua bandeira), que transformaria as Olimpíadas em uma competição entre nações, mais do que entre indivíduos, como eram os Jogos na Grécia Antiga.

O aluno que assinala esta alternativa pode ter compreendido a alusão no texto à imagem do atleta vitorioso como uma celebração do atleta como indivíduo, em seus méritos pessoais – sobretudo esportivos. No entanto, a referência ao atleta serve, antes de tudo, para ilustrar o sentimento nacionalista exaltado pela competição olímpica moderna; afinal, o “labor” do atleta, coroado pela premiação, não aparece como um fim em si mesmo, mas como um meio para fazer “subir ao mastro da vitória [...] as cores de seu país”. Nesse sentido, fica claro que o protagonismo é dado à nação – apenas representada pelo atleta naquele contexto.

O aluno que assinala esta alternativa pode ter considerado que há no discurso do Barão de Coubertin um tom de cautela e diplomacia, expresso, por exemplo, no elogio a uma nação vizinha (Inglaterra) e na ideia de “respeito às nações” e “internacionalismo”. Contudo, esse tom diplomático, de fato presente no texto, não implica um abafamento ou afastamento de questões políticas em relação aos Jogos Olímpicos. Antes, o texto reforça a identificação entre os competidores e suas nações vinculada pelo sentimento nacionalista que caracterizaria a virada do século XIX para o século XX e as Olimpíadas da Era Moderna.

O aluno que assinala esta alternativa pode ter se equivocado por duas razões: a primeira é o tom conciliador e diplomático empregado pelo Barão de Coubertin em seu discurso, que pode ser equivocadamente interpretado como uma reação ao patriotismo, motivador de tantos conflitos; a segunda é a presença significativa no senso comum atual de teorias sobre projetos de governos globais, sobretudo associados a potências europeias. Contudo, o termo “internacionalismo” no texto não deve ser entendido como um ataque ao modelo de Estados-Nação, mas apenas como uma referência a boas relações entre (“inter-”) nações (“-nacionalismo”).

O aluno que assinala esta alternativa pode ter interpretado de forma equivocada as expressões “emulação”, “inspiradora” e/ou “ tal como o compreendemos” como remetendo a alguma preocupação histórica do Barão de Coubertin de “emular”, “inspirar-se” ou “reproduzir tal como se conhecem” as Olimpíadas antigas. No entanto, nenhuma dessas expressões se refere aos jogos gregos. Além disso, deve-se considerar que, ainda que os Jogos Olímpicos da Era Moderna tenham buscado inspiração na experiência esportiva clássica, diversos elementos modernos foram incorporados a eles, como esportes recentes, métricas e sistemas minuciosos de pontuação, e, sobretudo, o protagonismo das nações competidoras.