O déficit habitacional é uma realidade no Brasil. Em todas as cidades há um grande número de imóveis ociosos, aos quais poderia ser dada uma destinação social.

Apesar de ser um direito importante, o direito à moradia não é o mais urgente para as pessoas em situação de rua, porque esta população não se enquadra na contagem do déficit habitacional. Outras questões mais urgentes, como acesso ao trabalho e saúde, devem ser tratadas primeiro.

Uma das alegações dos governos, que tentam explicar as dificuldades de acesso à moradia, é que o alto custo dos terrenos e dos imóveis existentes nas áreas centrais das cidades é um dos entraves para a execução de uma política habitacional com fins sociais.

Mesmo a determinação legal expressa na Constituição, de que é competência da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios “promover programas de construção de moradias e a melhoria das condições habitacionais e de saneamento básico” (Art. 23, IX), não é algo aplicado quando se trata do povo da rua.

Dentre os fatores que causam este déficit, estão as dificuldades de as famílias conseguirem arcar com os pagamentos dos aluguéis (cerca de 3,27 ext{ milhões} de famílias, segundo a Pnad 2015) a coabitação – quando mais de uma família dividem o mesmo teto (3,22 ext{ milhões} de famílias) – e pelas chamadas habitações precárias, que correspondem a cerca de 942,6 ext{ mil} moradias.