Não obstante, ainda que pouco se saiba sobre a influência do campo de afinidade do gestor nas ações realizadas, hipotetiza-se que esta implicação tenha efeito no que é proposto e desenvolvido pelas Unidades de Saúde. De qualquer forma, sugere-se que esta problematização seja abordada em estudos futuros.

Além disso, mesmo que não se tenha clareza sobre tais influências, cabe ressaltar alguns apontamentos especificamente do campo da saúde mental. Assim, o fato da saúde mental ser apontada por apenas cinco participantes possivelmente rebaterá no cuidado ofertado na Unidade de Saúde como, por exemplo, na dificuldade em reconhecer as demandas de saúde mental no território, no estímulo ou proposição de práticas de promoção e prevenção, dentre outras.

Corroborando com essa hipótese, a literatura aponta para o baixo protagonismo dos profissionais da enfermagem (os quais têm assumido majoritariamente a gestão), tanto na produção de conhecimento, como também no reconhecimento como profissionais atuantes no campo da saúde mental (GALERA, 2018; SENN, 2013; GONÇALVEZ et al., 2013; DELANEY, 2016). Sendo assim, com a proposição do SUS e com o processo da reforma psiquiátrica, há um desafio colocado para os profissionais da enfermagem que atuam no território, principalmente no que se refere ao cuidado à saúde mental (GONÇALVES et al., 2013).

Neste eixo temático foi possível abordar alguns fatores relativos aos participantes – formação profissional, experiência na ABS e afinidade com o campo da saúde mental, e como estes podem estar implicados no cuidado à saúde mental neste nível de atenção à saúde.