Questão que discute gestante com 36 semanas referindo dor abdominal intensa e redução da movimentação fetal nas últimas horas, com diagnóstico prévio de distúrbio hipertensivo da gestação em uso de antihipertensivos. Ao exame físico, apresenta hipertonia uterina, sangramento vermelho escuro e BCF inaudível, bem como dilatação cervical de 2 cm e bolsa íntegra. Nesse contexto, frente à hemorragia da segunda metade da gestação, nossas hipóteses são o descolamento prematuro de placenta (DPP) e placenta prévia. Todavia, diante de quadro clínico típico de sangramento doloroso com hipertonia uterina em paciente previamente hipertensa, com sinais de sofrimento fetal, o DPP torna-se a principal suspeita, cujo diagnóstico é clínico, sem indicação de ultrassonografia para confirmação do mesmo. Dessa maneira, a conduta recomendada, inicialmente, é a estabilização materna e amniotomia, uma vez que este procedimento é capaz de dificultar a área de descolamento, melhorar a hipertonia e reduzir o risco de coagulopatias. Além disso, por se tratar de emergência obstétrica, no caso de feto vivo e viável, sem parto vaginal iminente, a gestação deve ser interrompida imediatamente, via cesariana.
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