No final da Idade Média, as produções cartográficas avançaram a fim de favorecer a expansão marítima de potências colonialistas. Contudo, esse aspecto não é indicado nos textos, que reforçam a influência da religião sobre a visão de mundo no Período Medieval.

Embora a visão eurocêntrica exerça influência sobre diversas representações cartográficas, os textos não indicam tal característica. No mapa exposto no texto I, percebe‑se que a Europa não ocupa o centro do globo. Isso se deve ao fato de as produções cartográficas medievais estarem muito associadas ao catolicismo, o que gerava uma maior valorização de espaços importantes para essa religião.

O heliocentrismo (teoria desenvolvida por Nicolau Copérnico, que viveu entre os séculos XV e XVI) defendia que o Sol ocupava o centro do cosmos. É incorreto afirmar que a cartografia medieval evidenciava essa teoria, pois esta se opunha diretamente ao pensamento predominante no Período Medieval, o geocentrismo, que defendia a centralidade do planeta Terra.

Como pode ser observado nos textos, no Período Medieval, os mapas evidenciavam a influência exercida pelo catolicismo sobre a visão de mundo dos indivíduos. O mapa exposto no texto I, que representa uma concepção de mundo tripartido, teve como base as ideias de Santo Isidoro de Sevilha e foi um dos mais populares da Idade Média. Nesse mapa, os três continentes (Ásia, África e Europa) são associados à crença no povoamento impulsionado pelas personalidades bíblicas Sem, Cam e Javé. Tal aspecto evidencia a representação das crenças predominantes em produções cartográficas, como é abordado no texto II.

Os textos não indicam a influência do pensamento naturalista, que marcou a Filosofia Pré‑Socrática, em que a natureza era o principal objeto de estudo. Em vez disso, a partir da leitura deles, percebem‑se a concepção de que o mundo era formado por três continentes e a influência da religiosidade sobre a cartografia.