Conforme indicado no trecho, o bom governante de uma cidade é um filósofo verdadeiro, ou seja, aquele que atua racionalmente pela prosperidade da cidade. Embora o trecho aponte para essa questão da prosperidade, ele não indica que o bom governante deve estar fundamentado no progressismo político, haja vista que o pensamento platônico estava mais direcionado à manutenção de uma ordem hierárquica, o que destoa da doutrina política progressista.

De acordo com o pensamento político de Platão expresso no trecho, o bom governante deve fazer aquilo que é justo e que fará prosperar sua cidade. Para isso, é necessário que ele seja preparado intelectualmente, não havendo, portanto, qualquer relação com sua herança sanguínea.

Para Platão, o bom governante deveria expressar o ideal de sábio, ou seja, ser capaz de utilizar sua racionalidade e sabedoria em prol da cidade. Assim, a característica necessária ao bom governante seria a intelectualidade, o que não está fundamentado no consenso coletivo, uma vez que, para Platão, a escolha coletiva não garantiria que o indivíduo mais bem preparado assumisse o poder.

O pensamento de Platão apresentado no trecho argumenta que o governante deveria atribuir máxima importância à retidão e considerar a justiça para o povo, não havendo indicação de que uma característica necessária a ele fosse a definição divina. Essa crença era compartilhada, na verdade, por teóricos absolutistas.

Segundo o pensamento platônico presente no trecho de A República, os governantes deveriam ser filósofos verdadeiros, o que indica que, para ele, o governo ideal seria gerido de maneira racional e justa pelo(s) representante(s). Na visão de Platão, para que isso ocorresse, os indivíduos mais bem preparados deveriam assumir o poder, ou seja, aqueles que seriam dotados de sabedoria, que desenvolveriam sua intelectualidade e que prezariam pela prosperidade e pela organização da cidade.