Leia os dois fragmentos a seguir: Fragmento 1 “– Ó glória de mandar, ó vã cobiça Dessa vaidade a quem chamamos Fama! Ó fraudulento gosto, que se atiça Co'uma aura popular que honra se chama!” Os versos acima, de Os Lusíadas, introduzem a fala do "Velho do Restelo" quando a esquadra de Vasco da Gama partia para as Índias. Fragmento 2 “(...) e então uma grande voz se levanta, é um labrego de tanta idade já que não o quiseram, e grita subido a um valado, que é púlpito de rústicos, ó glória de mandar, ó vã cobiça, ó rei infame, ó pátria sem justiça, e tendo assim clamado, veio dar-lhe quadrilheiro uma cacetada na cabeça, que ali mesmo o deixou por morto.” O fragmento acima foi transcrito de Memorial do convento, de José Saramago. Se compararmos os dois fragmentos, teremos um exemplo de uma tendência marcante da ficção contemporânea, revelada...
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